da Redação

Agricultores familiares respondem por 34% da produção nacional; em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas consomem arroz

Segundo informação divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz, a Abiarroz, o que mais impactou a subida abrupta no preço do grão foi a pressão do mercado internacional por causa da pandemia. Segundo a nota, “observou-se, desde a declaração de calamidade pública pela OMS em março, um aumento significativo na demanda do mercado externo, o que, somado à restrição de oferta por alguns países exportadores, com vistas a assegurar o abastecimento interno, ocasionou a forte valorização do grão”. 

Mais uma vez a segurança alimentar do país ficou nas mãos dos agricultores familiares, não só no caso do arroz, mas em praticamente todas as culturas hortifrutigranjeiras.

 Surgido no sudeste da Ásia, o arroz é um dos queridinhos nas refeições do povo brasileiro e uma das principais fontes de carboidrato. Assim como ocorre no continente asiático, e em todo o planeta, o arroz é um dos produtos mais importantes na economia agrícola brasileira. E a agricultura familiar tem um papel de destaque, respondendo por 34% da produção nacional.

Fonte: Notícias Agrícolas

As mais antigas referências ao arroz são encontradas na literatura chinesa, há cerca de 5.000 anos. O uso do arroz também é muito antigo na Índia, sendo citado em diversas escrituras do povo hindu. Possivelmente foram os portugueses que introduziram esse cereal na África Ocidental, enquanto os espanhóis foram responsáveis pela sua disseminação em parte das Américas.

Alguns autores indicam o Brasil como o primeiro país a cultivar o arroz no continente americano. O arroz era o “milho d’água”, abati-uaupé,  que os tupis, antes mesmo da chegada dos portugueses, já colhiam nos alagados próximos ao litoral. Registros de Américo Vespúcio (1451-1512) ainda trazem referência a esse cereal em grandes áreas alagadas do Amazonas.

Assim, o arroz é hoje cultivado e consumido em todos os continentes, destacando-se seu papel estratégico tanto no aspecto de valor econômico quanto social – estando presente na dieta alimentar de grande parte da população mundial. É o alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas e, segundo estimativas, até 2050 haverá demanda para atender o dobro dessa população.

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O consumo de arroz nos países da América do Sul é bastante expressivo. Um dos aspectos dessa preferência alimentar provavelmente esteja na carência econômica de grande parte da população, tendo em vista seu valor de mercado mais acessível que o de outros alimentos. É uma cultura que apresenta ampla adaptabilidade a diferentes condições de solo e clima. Também por isso, apresenta grande potencial para o combate à fome no mundo.

A proteína mais consumida pelos brasileiros

Estudos recentes revelam que o arroz é um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína diária que uma pessoa adulta necessita. Por ser constituído principalmente por amido, adicionar o alimento ao prato todos os dias melhora a saúde, ajudando a equilibrar a pressão arterial e os níveis de colesterol. 

Além de minerais, o cereal também é rico em vitaminas A, B1, B2, B3, B6 e E, que contribuem para a formação de glóbulos vermelhos e estimulam a regeneração celular. No Brasil, prefere-se o consumo em conjunto com o feijão ou outras leguminosas, como a lentilha e o grão-de-bico.
Dupla imbatível no cardápio de 8 em cada 10 brasileiros, a tradicional combinação de arroz e feijão fornece um aporte alimentício de boa qualidade. Ambos os alimentos se complementam, com o feijão sendo rico em lisina, aminoácido responsável pelo crescimento ósseo e produção de colágeno, enquanto o arroz tem metionina, outro aminoácido importante que atua na formação dos músculos.

Foto: Jornal de Alagoas


Os tipos de arroz mais presentes nas refeições do povo brasileiro

Branco ou polido
É o mais consumido no Brasil. Contém principalmente carboidrato e sua principal função é fornecer energia.

Parboilizado
Recebe um tratamento hidrotérmico no processo, com água fervente em altas temperaturas, o que enriquece a parte interna do arroz. Possui valores nutritivos próximos ao do arroz vendido com casca.

Integral
Fonte de fibras, minerais e óleos essenciais, estimula o intestino, aumenta a saciedade e reduz a absorção de gordura pelo corpo.

Negro
Rico em propriedades antioxidantes, auxilia na prevenção de danos celulares e de doenças crônicas, como diabetes, câncer e problemas cardiovasculares. Além disso, tem quase o triplo do valor de proteínas e o dobro de fibras na comparação com o arroz integral.

Vermelho
Contém monocolina, substância que ajuda na digestão, na redução do colesterol e na prevenção de doenças do coração.

Selvagem
Apesar de ser conhecido como arroz, na verdade é um tipo de grão. Rico em proteínas, fibras e aminoácidos, é também o que apresenta a menor quantidade de gordura. Bom aliado para dietas restritivas.


Agricultores familiares produzem arroz mais rico em nutrientes

Foto: Ururau

Na agricultura familiar, os sistemas de produção de arroz variam do tradicional, que permite o uso de insumos de qualquer natureza (sintéticos ou naturais), ao de transição de base ecológica, que indica a redução ou eliminação de insumos sintéticos, visando um produto mais rico em nutrientes e cultivado de forma sustentável. Os sistemas de produção com base agroecológica adotados em propriedades de pequenos agricultores são uma atividade econômica com elevado potencial de geração de emprego e renda. 

Em tempos de pandemia, crise econômica e ameaça de inflação dos alimentos, a agricultura familiar tem correspondido com muito trabalho e mais produção ainda mais alimentos, diminuindo o impacto maior dos preços no mercado interno. Este papel os agricultores familiares brasileiros sabem muito bem como desempenhar. 

Capa: Seu Crédito Digital

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