Por João Barros
Quando pensamos no Cerrado e na Amazônia, frequentemente vêm à mente vastidões selvagens e intocadas, repletas de uma riqueza natural incomparável. No entanto, é crucial compreender que esses biomas não são apenas paisagens intocadas pela mão humana, mas sim jardins cultivados pela agricultura ancestral ao longo de milênios.
O Cerrado, muitas vezes chamado de berço das águas, abriga uma biodiversidade única e foi o local onde povos indígenas desenvolveram técnicas agrícolas admiráveis. Eles aprenderam a manejar esse ambiente complexo, criando um mosaico de culturas e espécies que se complementam, garantindo não apenas a sobrevivência, mas também o florescimento de comunidades inteiras.
Da mesma forma, a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, não é somente um tesouro de biodiversidade, mas também um produto da interação humana com a natureza ao longo de eras. Civilizações antigas moldaram essa paisagem, cultivando alimentos, utilizando recursos naturais com sabedoria e estabelecendo uma simbiose única entre seres humanos e a floresta.
No entanto, é imperativo reconhecer que esses ecossistemas ancestrais estão sob ameaça. O avanço da fronteira agrícola, o desmatamento indiscriminado e a exploração desenfreada de recursos naturais estão colocando em risco não apenas a biodiversidade, mas também os modos de vida tradicionais dessas comunidades.
Precisamos urgentemente mudar nossa perspectiva em relação a esses biomas. Não são apenas reservas naturais intocadas, mas sim jardins cuidadosamente cultivados pela sabedoria ancestral. É essencial não apenas preservá-los, mas também aprender com as práticas sustentáveis e respeitosas ao meio ambiente que têm sido implementadas há séculos por aqueles que os habitam.
Reconectar-se com essa visão é fundamental para a preservação não apenas do Cerrado e da Amazônia, mas também para a saúde do nosso planeta como um todo. Devemos valorizar e aprender com as práticas agrícolas tradicionais, promovendo a conservação e respeitando o equilíbrio delicado desses ecossistemas.
Portanto, é hora de reconhecer e celebrar o conhecimento ancestral que moldou esses jardins vivos. Somente ao fazer isso poderemos verdadeiramente proteger e honrar a riqueza incomparável do Cerrado e da Amazônia para as gerações futuras. Reconecte-se a essa sabedoria ancestral e preserve os preciosos jardins que são parte da vida, da história e da cultura destes fantásticos biomas.