da Redação
As sementes crioulas são variedades que foram selecionadas, produzidas e adaptadas por gerações de agricultores familiares, em especial os produtores indígenas e quilombolas. Sem alteração genética ou utilização de produtos químicos, essas sementes são sinônimo de alimentação saudável.
Mantidas e selecionadas por várias décadas, as sementes crioulas são produzidas de forma agroecológica: em sistema manual de semeadura e consorciado de plantio. Tradicionalmente, elas são adaptadas ao ambiente e ao modelo de produção local, além de preservarem a cultura dos povos tradicionais e garantirem a autonomia camponesa.
O cultivo dessas sementes protege o meio ambiente e promove a soberania alimentar, preservando e multiplicando riquezas ancestrais e genéticas. Também fomentam a economia nas propriedades rurais, pois produzir a própria semente dá ao agricultor familiar independência e favorece a redução de custos.
Por meio das sementes crioulas, é possível produzir alimentos diversificados. Elas são indicadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), inclusive, como importante contribuição para que sejam alcançados alguns dos objetivos estabelecidos para a Agenda 2030.
Sementes crioulas, sementes tradicionais, sementes da resistência ou sementes da solidariedade, seja por qual nome forem reconhecidas pela comunidade, elas guardam em si a riqueza natural do nosso país e, também por isso, devem ser preservadas e disseminadas. A agricultura familiar exerce papel essencial no cultivo e preservação deste rico material.
A CONAFER está alinhada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, promovendo e incentivando a cultura das sementes crioulas e o seu desenvolvimento.
Além de colaborarem para a preservação da natureza, as sementes crioulas são mais resistentes e menos dependentes de insumos externos, o que assegura a biodiversidade e a sustentabilidade dos sistemas naturais, os ecossistemas, e dos sistemas cultivados, os agroecossistemas.