da Redação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, na última quarta-feira, 4 de maio, as portarias de Nº 73 a 123 com informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o cultivo do sorgo forrageiro e granífero, ano-safra 2022/2023. Foram aprovados os zoneamentos realizados em 26 estados e Distrito Federal. Quinto cereal mais produzido no mundo, ficando atrás do arroz, milho, trigo e cevada, o sorgo pode substituir de forma parcial o milho nas rações destinadas às aves, suínos e bovinos leiteiros, já que possui elevada produtividade, boa adequação à mecanização e grande versatilidade, podendo ser utilizado como feno, pastejo, corte direto e silagem. Estas possibilidades de uso, geram maior economia no custo de produção. No Brasil, o sorgo tem mostrado bom desempenho quando utilizado no sistema integração Lavoura-Pecuária (iLP), no que diz respeito a produção de massa, trazendo ganhos como maior proteção do solo contra a erosão, maior quantidade de matéria orgânica disponível e melhor capacidade de retenção de água no solo, além de propiciar condições para uso no plantio direto

O sorgo granífero tem porte baixo, com altura de até 1,70 m, produzindo na extremidade superior uma panícula compacta de grãos, que, após a colheita, pode servir como feno ou pastejo. Já o sorgo forrageiro possui porte alto, com altura de mais de dois metros, e apresenta muitas folhas e poucas sementes, o que permite a planta elevar a produção de forragem, e a torna bem adaptada ao clima de regiões quente, de baixa umidade, sendo a planta capaz de suportar altos níveis de estresses ambientais, como o agreste e o sertão de Pernambuco. A publicação da Zarc tem como objetivo auxiliar os agentes envolvidos na cadeia produtiva da leguminosa: produtores rurais, órgãos de assistência técnica, agentes financeiros, seguradoras e demais entidades que fazem uso destas informações para o planejamento agrícola e suas ações.

O sorgo forrageiro é usado na alimentação do rebanho, inclusive em sistemas ILP e ILPF, devido ao seu alto grau nutricional

Com origem africana e introduzido no Brasil pelos escravos, por volta de 1600, as lavouras de sorgo apresentaram uma expressiva expansão nos últimos anos agrícolas, sobretudo no período da safrinha. Sua cultura comercial teve início na década de 70, servindo de base para a indústria e comércio que atuam na área de nutrição animal. O seu ciclo de vida varia entre 90 e 120 dias, e seu plantio em todos os estados da federação está associado a sua enorme tolerância à seca quando comparado aos demais cereais, seu menor custo de produção, e a vantagem de possuir uma boa produtividade na rebrota.

O sorgo granífero é frequentemente utilizado na alimentação animal, sobretudo na composição de rações

Por isso, obter o máximo de produtividade deste cereal envolve muitos fatores, entre eles o risco climático. Ao seguirem as recomendações estabelecidas pela Zarc, os agricultores podem se precaver dos riscos climáticos no ciclo produtivo do sorgo forrageiro e granífero, podendo ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Os dados trazidos na Zarc servem de indicadores aos agentes financeiros, que o utilizam como requisito nas concessões de operações de crédito rural, como a contratação do seguro rural e o crédito de custeio oficial, contemplando os cultivos realizados em áreas zoneadas e o plantio de cultivares indicadas nestas portarias.

A lavoura deste cereal, quando tecnicamente bem manejada, pode atingir uma produtividade média de 50 toneladas de massa verde por hectare, com o benefício de que o segundo corte ou rebrota vem gratuitamente para o produtor. A Zarc tem como objetivo identificar as regiões que se encontram aptas à produção e os períodos de semeadura para cultivo nos estados e municípios em que foram feitos os zoneamentos, indicando os períodos de plantio menos arriscados, e relacionando os cultivares mais adaptados a cada região, utilizando como parâmetro três níveis de risco: 20%, 30% e 40%, sinalizando a probabilidade de 80%, 70% ou 60% de a cultura ser bem-sucedida nas condições e locais indicados.

O cultivo de sorgo em sucessão a culturas de verão, tem sido uma excelente opção para produção de grãos e forragem em todas as situações em que o déficit hídrico e as condições de baixa fertilidade dos solos oferecem maiores riscos para as demais lavouras, favorecendo a oferta sustentável de alimentos de boa qualidade para alimentação animal e de menor custo para os pecuaristas e para a agroindústria de rações. Produzido em todo território brasileiro, o sorgo oferece liquidez financeira para o agricultor, sobretudo nos sistemas agrofamiliares.

Aplicativo Plantio Certo

Produtores rurais podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”.

Com informações do Mapa.

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