FONTE: Super Interessante

A correção de um “engano” genético torna as safras bem mais eficientes.

Não é segredo para ninguém que, por meio da fotossíntese, as plantas produzem seu próprio alimento. Utilizando a luz solar como fonte de energia, elas sintetizam moléculas orgânicas a partir do gás carbônico (CO2) e da água. O subproduto disso é o oxigênio (O2). Mas, nesse processo, há uma falha evolutiva: a enzima que captura o CO2, chamada de RuBisCo, às vezes pega uma molécula de O2 por engano. O resultado é um grande gasto de energia por parte da planta para corrigir o erro.
No passado, isso não era um problema: quando a fotossíntese surgiu, a atmosfera da Terra era rica em CO2 e pobre em O2. Mas esses níveis se inverteram nos últimos 3,4 bilhões de anos, justamente por “culpa” dos seres fotossintetizantes. Hoje, a “fotorrespiração” (nome científico do engano) é tão demandante para os vegetais que reduz a eficiência da fotossíntese em até 50%. “Poderíamos alimentar até 200 milhões de pessoas com essa energia perdida”, diz Donald Ort, da Universidade de Illinois. O time do pesquisador decidiu interferir no processo: usando engenharia genética, criaram um atalho que reduz o gasto energético na correção da fotorrespiração. Sobra mais para a fotossíntese, que bomba o crescimento das safras. Eles conseguiram um ganho de 40% de eficiência em laboratório, e pretendem replicar o método para plantações de soja, tomate, arroz e batata.

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