A melhor forma de diminuir a poluição causada pelo uso dos agrotóxicos, é conscientizar o produtor sobre os riscos à sua saúde e ao meio ambiente, e assim adotar as práticas agroecológicas. A Lei de Agrotóxicos, de 1989, determina que somente podem ser utilizados na produção os defensivos registrados em órgão federal competente, de acordo com diretrizes da saúde, meio ambiente e agricultura. O uso contínuo de agrotóxicos está associado a diversas doenças crônicas, como alterações genéticas, câncer e problemas respiratórios. E o que é mais grave, danos irreversíveis ao meio ambiente, como contaminação do solo e dos recursos hídricos. Por isso é tão importante produzir com biotecnologia, investir na agroecologia e eliminar o uso dos agroquímicos
O Brasil está na liderança mundial no uso do controle biológico nas lavouras e já exporta tecnologias da área para outros países. Em 2020, o mercado de bioagentes movimentou mais de US$ 5 bilhões, sendo mais de US$ 800 milhões na América Latina. Enquanto o mercado de biológicos do mundo está crescendo 9% ao ano, no Brasil o aumento é de mais de 15%. São 23 milhões de hectares com aplicação desse tipo de manejo.
No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema, como as joaninhas que têm os pulgões na dieta alimentar
Este movimento é muito importante, pois o uso de agrotóxicos está associado a diversos problemas crônicos, como alterações cromossômicas, câncer, doenças hepáticas, doenças respiratórias, entre outros. Outro problema grave são os danos ao meio ambiente, como contaminação do solo e dos recursos hídricos.
Como o solo é capaz de reter grande quantidade de contaminantes, com o tempo eles fragilizam e reduzem a sua fertilidade, desencadeando a morte de micorrizas, diminuindo a biodiversidade do solo, gerando acidez e a sua desnutrição.
Agrotóxicos fragilizam e reduzem a fertilidade e biodiversidade do solo, causando a sua desnutrição
É fundamental utilizar estratégias de produção com menos agrotóxico e mais tecnologia, como o plantio direto, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), o monitoramento da lavoura, as novas tecnologias agrícolas e práticas agroecológicas em todas as fases do plantio, no preparo do solo, na semeadura e até na colheita. Lembrar do Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos é muito importante para conscientizar os agricultores sobre os riscos que o uso de agrotóxicos pode trazer, tanto para a saúde como para o meio ambiente, e de informar sobre maneiras mais saudáveis de se produzir alimentos.
Os riscos
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, agrotóxicos são produtos químicos, físicos ou biológicos que são utilizados com o intuito de alterar a composição química da flora e da fauna, a fim de preservá-las. Porém, os agrotóxicos causam impactos irreversíveis muitas vezes, adversos para os animais, plantas e água, além de estarem associados a doenças graves, como os vários tipos de câncer.
Tipos de agrotóxicos
Existem diferentes tipos de agrotóxicos, utilizados de acordo com a natureza da praga a ser combatida. Entre outras coisas, eles diferem no nível de danos que ocasionam ao meio ambiente e à saúde humana. Atualmente, existem os seguintes tipos de agrotóxicos:
- Inseticidas
- Fungicidas
- Herbicidas
- Desfoliantes
- Fumigantes
No Brasil, os agrotóxicos recebem, em seus rótulos, uma classificação toxicológica extra, que descreve seu potencial de risco para a saúde humana. Essa classificação é feita por meio de diferentes cores, que variam de acordo com a letalidade do agrotóxico. São elas:
- Cor vermelha: extremamente tóxicos
- Cor amarela: altamente tóxicos
- Cor azul: medianamente tóxicos
- Cor verde: pouco tóxicos
Os controles biológicos das pragas: natural, clássico e artificial
No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema. Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.
No controle biológico clássico o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo. O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.
Com informações da Embrapa, Campo & Negócios e AgroPós.