Uma parceria entre a Secretaria Nacional Indígena e a Diretoria de Ação Social e Inclusão, pertencentes à Confederação, deu início ao projeto “Xingu em Ação”. Por meio dele, um grupo multidisciplinar, composto por assessores, assistentes sociais e advogados, está visitando as comunidades indígenas do Mato Grosso com o objetivo de levar apoio a estas populações, como as aldeias Kuluene, do povo Kalapalo, e Bela Vista, dos Xavante, ambas localizadas no município de Canarana/MT. Sempre que a equipe chega em uma aldeia, é realizada uma triagem com o preenchimento de fichas dos entrevistados para registrar suas demandas jurídicas e carências mais urgentes das aldeias, como a falta de documentos pessoais, como RG, CPF, carteira de trabalho e título de eleitor. Este é o Brasil mais profundo, na região Nordeste do Mato Grosso, onde vivem os tapirapé, xavante, sapeva e outras etnias carentes de políticas públicas e atingidas muitas vezes por calamidades, como excesso hídrico, como alagamentos e enchentes que invadem as terras indígenas

Na Terra Indígena Tapirapé, nas aldeias Santa Luzia e Sapeva, reivindicações da comunidade foram atendidas, como auxílio em cadastros para acesso às políticas públicas, cestas básicas e presentes de Páscoa para as crianças. 

Aldeia Bela Vista, do povo Xavante, em Canarana

Outro apoio importante foi a regularização da situação social de muitas famílias em condição de vulnerabilidade, por meio do cadastramento no Bolsa Família, assessoria previdenciária e outras demandas das aldeias da região. Tudo faz parte do “Xingu em Ação: Integração e Assistência Jurídica aos Povos Originários do Mato Grosso”. Um detalhe na retificação de documentos pessoais, é o acréscimo do nome indígena, o que é necessário no processo de fortalecimento da cultura e das tradições destes povos, sem a perda da identidade destas etnias.

Da esquerda para a direita, o Cacique Léo, da etnia Xavante, o advogado Gabriel Ribeiro, o assessor indígena Simizuto, da etnia Xavante, e o assessor da Presidência, Kauã Pataxó, em ação na Aldeia Bela Vista, em Canarana, Território Indígena Pimentel Barbosa

Ao receberem este suporte da CONAFER, os indígenas mato-grossenses puderam ser assistidos com agilidade para suprir suas necessidades, renovando as energias para seguir na luta pelos seus direitos, que na maioria das vezes não são atendidos. Todo este apoio tem grande relevância, principalmente quando as lideranças buscam orientação técnica e acompanhamento das atividades indígenas para melhorar as condições de vida das suas comunidades originárias.

A luta dos povos originários é também uma luta da CONAFER. Estamos juntos, apoiamos e defendemos os povos indígenas. E nos aliamos como bravos guerreiros na defesa das suas causas, principalmente o direito à proteção dos seus territórios, à autodemarcação, à liberdade de expressão e preservação da sua rica cultura. As demandas vindas das comunidades indígenas são nossas demandas. Nosso objetivo é criar novas condições para o desenvolvimento dos territórios, ao mesmo tempo lutamos pelo bem-estar destas comunidades, incentivando a agricultura agroecológica, o empreendedorismo, como também a arte e a cultura.

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