da Redação
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, nesta quarta-feira, 6 de março, as portarias de Nº 1 a 14 com informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o cultivo do feijão, 1ª safra ano 2022/2023. Foram aprovados os zoneamentos realizados nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pará, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. A antecipação da publicação das Zarc tem como objetivo auxiliar os agentes envolvidos na cadeia produtiva da leguminosa: produtores rurais, órgãos de assistência técnica, agentes financeiros, seguradoras e demais entidades que fazem uso destas informações para o planejamento agrícola, garantindo mais tempo para suas ações. As novas portarias passam a vigorar a partir de 2 de maio deste ano. De acordo com as publicações, o calendário de semeadura deve ser iniciado no mês de julho em alguns municípios do Paraná, e nos demais estados este início se dará entre os meses de setembro e outubro
Principal fonte de proteína vegetal, o feijão é o alimento mais presente no cardápio do brasileiro, de Norte a Sul do país. Por isso, obter o máximo de produtividade com esta leguminosa envolve muitos fatores, entre eles o risco climático. Ao seguirem as recomendações estabelecidas pela Zarc, os agricultores podem se precaver dos riscos climáticos no ciclo produtivo do feijão, podendo ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Os dados trazidos na Zarc servem de indicadores aos agentes financeiros, que o utilizam como requisito nas concessões de operações de crédito rural, como a contratação do seguro rural e o crédito de custeio oficial, contemplando os cultivos realizados em áreas zoneadas e o plantio de cultivares indicadas nestas portarias.
O Brasil é considerado o maior produtor e consumidor mundial de feijão, sendo essa leguminosa também a principal fonte de proteína na alimentação da população brasileira. A Zarc tem como objetivo identificar os municípios que se encontram aptos à produção e os períodos de semeadura para o cultivo do feijão nos estados em que foram feitos os zoneamentos, indicando os períodos de plantio menos arriscados, e relacionando as cultivares mais adaptadas a cada região, utilizando como parâmetro três níveis de risco: 20%, 30% e 40%, sinalizando a probabilidade de 80%, 70% ou 60% de a cultura ser bem-sucedida nas condições e locais indicados.
A produção de feijão ocorre em praticamente todo o território brasileiro, de modo que a sua distribuição geográfica é ampla, sendo cultivado nas 27 unidades federativas do país. As portarias envolveram o zoneamento realizado em 14 estados, onde ele é plantado com diferenças térmicas entre 10°C e 35°C, sendo que a temperatura do ar no local é considerada o elemento climático mais crítico da Zarc, capaz de influenciar no desenvolvimento das vagens, no florescimento e na frutificação do feijão.
O feijão, embora seja bem adaptado ao clima das diversas regiões do Brasil, é mais suscetível à deficiência hídrica durante o período de floração e na fase inicial de formação das vagens. O período crítico desta leguminosa se dá por volta de 15 dias antes da sua floração, e o risco de prejuízo ocorre quando há a diminuição de água neste período, podendo ocasionar a redução na estatura da planta, no tamanho das vagens, no número de vagens e de sementes por vagem, afetando o rendimento desta cultura.
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Aplicativo Plantio Certo
Produtores rurais podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android
Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”
Assista aqui um vídeo disponibilizado pelo Mapa
Com informações do Mapa.