FONTE: O Livre
Com conhecimento tradicional de indígenas, participação de ambientalistas e agricultores com conhecimento tecnológico, áreas desmatadas no interior do Estado estão sendo reflorestadas. A preocupação com a recuperação das matas ciliares é o que tem motivado os trabalhos do Instituto Socioambiental (ISA) em Mato Grosso.
Embora haja uma lei que há 40 anos decreta a preservação de áreas nos entornos de rios e cursos d’água, a normativa nem sempre foi cumprida. Agora, produtores do Estado, preocupados, trabalham na restauração dessas áreas.
Para isso, contam com o apoio do ISA que, com ajuda de produtores rurais, indígenas, organizações de ensino, institutos de pesquisa e poder público, em 12 anos, recuperou 300 mil hectares de áreas desmatadas na região do Xingu. O que representa menos de 2% do que precisa ser recuperado.
Para o fazendeiro, Henrique Gonçalves, esse trabalho é muito importante, uma vez que, vai refletir não só na região do Xingu mato-grossense, mas no Pará e na Amazônia. Ele ainda afirma que tira o sustento da terra, por isso, tem o dever de protegê-la.
Técnica indígena
Para fazer o reflorestamento, o ISA criou uma técnica de manejo inspirada na prática indígena. A mistura de sementes – recebidas pela rede de Sementes do Xingu – chamada Muvuca, já recebeu mais de 300 quilos de sementes de várias árvores típica da região.
Com máquinas usadas no plantio de soja, as sementes de jatobá, carvoeiro, ipê, e mais 80 espécies, são semeadas nas áreas desmatadas. Contudo, para se notar os resultados desse trabalho, precisa-se de ao menos três décadas, como é o caso do jatobá.
Na coleta dessas sementes há um grupo de 600 pessoas, dentre indígenas e agricultores que, chegam a pegar mais de 150 espécies de sementes.