A iniciativa Casa do Agricultor e do Indígena Artesão surgiu em Mâncio Lima, no Acre. A partir de uma necessidade observada nas aldeias e ramais da região de Rondônia, neste ano surge a segunda Casa do Agricultor em Porto Velho. O projeto tem agora o apoio da SNI, o que incentiva a produção de artesanatos indígenas e fortalece os espaços dedicados à exposição e venda desses produtos, garantindo que o lucro gerado pelo trabalho retorne às aldeias e fortaleça a economia local. Assim, a Casa do Agricultor também está promovendo a sustentabilidade do segmento, ao ajudar estes agricultores rurais na comercialização dos seus produtos

A necessidade de criar uma nova Casa do Agricultor e do Indígena Artesão em Porto Velho, Rondônia, surgiu por meio da identificação do desafio de escoamento dos artesanatos feitos por agricultores familiares e indígenas. Com uma comunidade envolvida não só na agricultura, como também na fabricação artesanal, a CONAFER busca apoiar o comércio dos produtos feitos à mão. Por isso, foi idealizada uma forma de facilitar a venda desses itens, oferecendo uma alternativa sustentável para os povos locais. 

Casa do Agricultor e do Indígena Artesão, em Porto Velho, Rondônia

A ideia é oferecer espaços dedicados à exposição e venda dos produtos artísticos das aldeias, promovendo a cultura indígena por meio do artesanato, sem explorar os produtores. Logo, os colaboradores definem preços acessíveis para que os produtos não fiquem parados nas prateleiras, garantindo o retorno financeiro rápido para os povos originários. A Casa do Agricultor também é a solução para o desafio constante dos indígenas quanto ao transporte de seus produtos para o mercado, uma vez que há uma dificuldade de acesso às aldeias, com custos elevados de transporte.

Muitos indígenas se veem obrigados a vender suas peças nas ruas, enfrentando longas horas sob o sol e a escassez de compradores. O artesanato indígena, por sua natureza, tem dificuldade de se comercializar, pois seu público principal vem, em geral, do turismo. Para mudar essa realidade, as peças são expostas na Casa do Agricultor, proporcionando melhores condições para que os produtos alcancem mais pessoas. Por outro lado, matéria-prima é o que não falta, já que os materiais utilizados pelos artesãos, como sementes e outros recursos naturais, são abundantes nas aldeias, facilitando a produção de itens como colares, cestos, arcos e outros acessórios populares.

A Confederação apoia o projeto com o aluguel do espaço e a contratação de funcionários, enquanto a manutenção do projeto fica sob a responsabilidade dos idealizadores. Além disso, o projeto oferece uma excelente oportunidade para os indígenas envolvidos, permitindo que os filiados aprendam a produzir e vender seus artesanatos de maneira mais eficiente. A Casa do Agricultor e do Indígena Artesão também oferece cursos de capacitação em artesanato, ajudando os artesãos locais a aprimorar suas habilidades e a ganhar mais visibilidade, o que contribui para o aumento das vendas.

Segundo o coordenador da Casa do Agricultor, Erivan Benevides, o sucesso da iniciativa também depende de uma divulgação eficaz, utilizando ferramentas como redes sociais e jornais televisivos, para ampliar o alcance e informar a população local sobre os produtos disponíveis. Erivan espera construir esse trabalho de forma gradual e constante, até atingir a meta de garantir uma renda sustentável para os artesãos indígenas.

O coordenador da CONAFER no Acre, Erivan Benevides, também está à frente da Casa do Agricultor em Porto Velho, Rondônia

A iniciativa da Secretaria Nacional Indígena, juntamente com a UNI, já tem demonstrado resultados positivos. Agora, o plano é expandir o projeto da Casa do Agricultor para outros estados brasileiros, levando a cultura indígena e a sustentabilidade nas comunidades de todo o país. O artesanato indígena é uma das expressões mais significativas da cultura de muitas comunidades indígenas. Valorizar essa tradição mostra que os produtos feitos à mão vão além de simples objetos utilitários. Muitas vezes, cada peça carrega um significado simbólico profundo, um sentimento relacionado aos mitos e à espiritualidade dos povos originários. 

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