Neste último sábado, dia 9 de novembro, os guardiões ambientais da CONAFER ajudaram na medição de tartarugas por meio do projeto Pé de Pincha, em Barcelos, Amazonas. A iniciativa é uma parceria da Confederação com o IDAM, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas, e é realizada na comunidade Ponta da Terra. Este programa possibilita que os quelônios, uma espécie da família das tartarugas, sejam medidos, pesados e alimentados com ração para voltarem à natureza mais saudáveis e fortes. O objetivo é garantir a preservação das tartarugas em uma região onde o comércio de animais é muito comum 

O projeto Pé de Pincha recebeu este nome devido às pegadas do tracajá, uma espécie de quelônio de água doce, parecerem com marcas de tampinhas (pinchas) de refrigerantes na areia. O nome foi popularizado pelos ribeirinhos para este tipo de quelônio na região de Barcelos, no Amazonas, há 400 km da capital Manaus. Graças a iniciativa, os Guardiões Ambientais da Confederação acompanham e estimulam o ciclo de vida das tartarugas, desde o ninho até a soltura dos filhotes na natureza.

Os colaboradores observam o crescimento destes pequenos animais, fazendo a medição dos cascos e dos peitorais. Conforme o tamanho das tartarugas, a equipe do projeto Pé de Pincha conta quantos animais tem em cada reservatório e determina a quantidade de ração ideal para alimentá-los. A ideia é preparar os filhotes de quelônios durante quatro meses, e após este período, realizar a soltura no meio ambiente. Dessa forma, os pequenos ficam mais fortes e saudáveis, além de preservar a espécie em uma região que é comum a comercialização de tartarugas.

As tartarugas tracajá e irapuca são exemplos de espécies protegidas pela iniciativa. A equipe de profissionais coleta ovos de tartarugas nas proximidades do rio Alegria, afluente do rio Cuiuni, no Amazonas. Depois, os guardiões ambientais constroem uma chocadeira totalmente cercada com telas e colocam estes ovos em buracos. Após um tempo, os filhotes nascem e os colaboradores verificam se todos os ovos eclodiram. Guiados pelo instinto natural, os pequenos quelônios se movem sozinhos na direção do rio mais próximo. 

As maiores ameaças para as espécies de quelônios não são a poluição e nem a perda do habitat natural, na verdade o consumo e o tráfico ilegal destes animais é o maior perigo. Segundo os dados da WCS Brasil (World Cosplay Summit Brasil), 1,7 milhão de quelônios são consumidos por ano no Amazonas, sendo 900 mil animais abatidos somente em Manaus. Esses números mostram que são 90 quelônios mortos por hora, consolidando a capital como o maior centro consumidor no estado. A maior parte do consumo é ilegal, proveniente do tráfico de animais silvestres.

A CONAFER desempenha um papel importante na preservação do meio ambiente, promovendo ações que visam a continuidade das espécies animais na natureza, como é o caso do projeto Pé de Pincha, desenvolvido em Barcelos. Ao apoiar iniciativas como esta, a entidade reforça a importância de preservar a biodiversidade, valorizando o papel dos guardiões ambientais e contribuindo para a continuidade dos ecossistemas para as futuras gerações.

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