No estado da Bahia, a produção agrícola nas aldeias Bahetá, Caramuru Catarina Paraguassu e Trevo do Parque marcou o trabalho da equipe da Secretaria Nacional Indígena nestas últimas semanas. Os povos Pataxó Hã-hã-hãe e Kariri-Sapuyá foram beneficiados com a ajuda no cultivo de hortaliças, na construção de cabanas e na limpeza das aldeias. Além disso, os colaboradores apoiaram a transformação dos frutos da agricultura familiar em produtos prontos para serem comercializados, fortalecendo a autonomia dos povos originários e a economia nas cidades do sul baiano: Santa Terezinha, Pau Brasil, Itaju do Colônia e Itamaraju

A Secretaria Nacional Indígena atua permanentemente na manutenção e promoção da agricultura familiar nas aldeias de todo o país. Durante as últimas semanas, a equipe concentrou os esforços nas aldeias da Bahia, apoiando os povos Pataxó Hã-hã-hãe e Kariri-Sapuyá na produção agrícola e na organização do espaço comunitário. No dia 19 de novembro, por exemplo, os colaboradores da SNI atuaram nas cidades Itaju do Colônia e Pau Brasil, na Bahia, ajudando na limpeza das hortas e na plantação de mudas de rúcula e alface nos territórios das aldeias Bahetá e Caramuru Catarina Paraguassu.

A rúcula tem efeitos anti-inflamatório e antioxidante e ajuda no tratamento de doenças pulmonares, de gases intestinais e da anemia. Já o alface ajuda na visão, na cicatrização, no combate de infecções, além de fortalecer ossos e dentes

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar corresponde a 70% dos alimentos produzidos no Brasil, sendo assim  a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno. A agricultura brasileira é a oitava maior produtora de alimentos do mundo, sendo a base econômica de 80% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. A agricultura familiar é responsável por 70% do feijão nacional, 87% da mandioca, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e metade da banana produzida no Brasil. Uma parte importante da produção agrofamiliar brasileira vem de muitos territórios indígenas, melhorando a economia das cidades, gerando emprego e renda aos povos originários. 

Sabendo da importância desta atividade rural, praticada culturalmente pelos povos indígenas, ainda na aldeia Bahetá, localizada na Região das Alegrias, os profissionais da SNI realizaram a limpeza das plantações do povo Pataxó Hã-hã-hãe e da área onde ficam as cabanas da aldeia. O resultado foi uma paisagem de encantar os olhos, valorizando a beleza do meio ambiente e o artesanato indígena. 

Na aldeia Caramuru Catarina Paraguassu, em Itaju do Colônia-BA, não foi diferente. No dia 22 de novembro, os colaboradores da CONAFER além de limparem a horta do povo Pataxó Hã-hã-hãe com a ajuda de uma roçadeira, também ajudaram a cobrir um canteiro de coentro. Esta planta, conhecida por fazer a diferença no sabor e na harmonização das refeições, também pode ser usada como erva medicinal, pois ajuda no tratamento de resfriados, febre, náuseas, vômitos, problemas de gastrite, dores reumáticas e nas juntas. 

Já em Santa Terezinha, Bahia, no dia 27 de novembro, foi a vez da aldeia Pedra Branca se beneficiar com uma ação de produção agrícola da Secretaria Nacional Indígena. Com o objetivo de construir uma cabana neste território indígena, os trabalhadores cavaram buracos para começarem a fazer a base do abrigo. As cabanas indígenas, também conhecidas como ocas, malocas ou tejupars, podem levar de 10 a 15 dias para serem construídas, com o trabalho de 20 a 30 pessoas. Dentre os materiais mais usados estão a madeira, a palha e as folhas de palmeira.

No dia seguinte, a equipe da SNI deu continuidade à construção na aldeia Pedra Branca, fazendo a massa de concreto para a cabana, além de também apoiar o povo Kariri-Sapuyá na rega da horta. O uso de concreto em cabanas pode trazer vantagens como: redução de custos, otimização da mão de obra, melhor aderência em acabamentos e maior durabilidade. Os povos indígenas escolhem este tipo de obra devido às vantagens oferecidas, já que as cabanas são exemplos de construções sustentáveis e de fácil manutenção, pois são feitas com materiais encontrados na natureza.

Construídas e compartilhadas por várias famílias, as cabanas indígenas fortalecem os laços comunitários, criando um ambiente de cooperação e apoio nas aldeias

O trabalho em grupo também foi fortalecido na aldeia Trevo do Parque Apeytxenã, em Itamaraju, Bahia. Nesta segunda-feira, 2 de dezembro, os trabalhadores da SNI se juntaram à comunidade para realizar a produção de extrato de tomate. O objetivo é auxiliar os indígenas na comercialização deste produto e vender para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das principais políticas de apoio e incentivo à agricultura familiar no Brasil. Por meio do PAA, os órgãos públicos compram os alimentos da agricultura familiar, sem necessidade de licitação, e os destinam às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, à rede socioassistencial e à rede pública de ensino.

Povo Pataxó produz extrato de tomate em aldeia Trevo do Parque Apeytxenã, na Bahia

O papel da Confederação no fortalecimento da agricultura brasileira é extremamente relevante. A Secretaria Nacional Indígena promove ações sociais e de apoio à produção nas aldeias, que vão desde a extensão rural à manutenção dos espaços comunitários, incluindo a comercialização dos frutos da agricultura familiar. Desta forma, a CONAFER reafirma o compromisso com o desenvolvimento dos territórios indígenas, garantindo que pequenos e médios produtores das aldeias tenham a oportunidade de prosperar e contribuir para o crescimento sustentável do Brasil e de suas comunidades. 

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