Nesta quinta-feira, 21 de novembro, é comemorado o Dia Nacional do Compromisso com a Criança, o Adolescente e a Educação. A data foi escolhida em homenagem à Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 21 de novembro de 1959 e adotada no Brasil em 1990. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da educação e do compromisso com os direitos das crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê o esporte como um direito que deve ser assegurado com absoluta prioridade pelas famílias, sociedade e estado. A Secretaria Nacional Indígena reconhece a importância do esporte e da educação para os curumins de todas as aldeias e, por isso, promove treinos esportivos todas as semanas na aldeia Mãe Barra Velha, em Porto Seguro, Bahia

Segundo o artigo 4º do o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é “dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Além disso, o artigo 16 do ECA cita as ações de “brincar, esportes e diversão” como direitos assegurados para garantir a liberdade dos pequenos. 

Pensando nisso, a SNI realiza treinos semanais de futebol para as crianças e jovens do povo Pataxó, em Porto Seguro, Bahia. O momento de alegria e aprendizado, além de ensinar técnicas de futebol de base, também valoriza a cultura local na aldeia Mãe Barra Velha, isso porque antes de todos os jogos, os jovens atletas se reúnem em uma roda para um momento de oração com o canto tradicional Pataxó. A letra da canção fala da beleza natural da aldeia, valoriza as tradições indígenas e celebra Jesus.

Time mirim faz roda de oração com canto tradicional Pataxó na aldeia Mãe Barra Velha, em Porto Seguro-BA

Depois da oração, em um primeiro momento os atletas se aquecem com exercícios de alongamento. Em seguida, os participantes são divididos em equipes para jogarem entre si. As aulas são ministradas pelo coordenador de esportes e lazer, Charles Braz, para a turma mirim, formada por crianças de 4 a 8 anos, e para outra turma com atletas entre 10 e 18 anos. No dia 5 de novembro, por exemplo, o treino esportivo rendeu um momento emocionante para o povo Pataxó, já que os times empataram e tiveram que decidir a vitória na cobrança de pênaltis.

No dia 12 de novembro, a equipe da SNI realizou um treino de futebol de base na mesma aldeia. No total, 44 pessoas do povo Pataxó foram beneficiadas. Durante o treino feito com a turma da manhã, os colaboradores fizeram um trabalho físico e técnico com finalização de gols. Mais tarde, teve um jogo no campo e uma aula com a turma mirim na quadra esportiva.  No treino seguinte, no dia 13 de novembro, os atletas também praticaram o domínio da bola, iniciando com um trabalho de ativação muscular e finalizando com um jogo em campo. Neste dia, 67 pessoas do povo Pataxó foram beneficiadas.

Esta iniciativa da Secretaria Nacional Indígena valoriza não só a educação, a cultura e o esporte para os povos originários, como também é uma oportunidade de crescimento profissional para os indígenas que pretendem seguir carreira profissional no esporte. Neste mês de novembro, a equipe da SNI levou três times do povo Pataxó para participarem de uma avaliação de futebol, em Prado, Bahia. Os atletas foram avaliados nas categorias de 11, 13 e 15 anos. O teste rendeu boas chances para os indígenas serem notados por times maiores, pois contou com a participação do observador técnico do time Esporte Clube Bahia, de Salvador-BA.

Atletas do povo Pataxó participaram de uma avaliação profissional de futebol em Prado, Bahia

Projetos que incentivam crianças, adolescentes e jovens indígenas na prática esportiva, como este desenvolvido pela Secretaria Nacional Indígena, são a prova do compromisso da CONAFER em promover qualidade de vida, educação, valorização da cultura e autonomia nas aldeias. O esporte ajuda no desenvolvimento de cidadãos, além de cultivar valores como o senso de justiça, o respeito ao próximo e o trabalho em equipe. Essa iniciativa não só proporciona momentos de lazer e diversão para as comunidades indígenas, mas também oferece conhecimentos esportivos que fortalecem os sonhos de jovens atletas.

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